sábado, 19 de setembro de 2009

HEDONISMO. O SEU PREÇO.

O hedonismo tem por objetivo de vida o prazer pelo prazer. Tudo o que conta é a satisfação pessoal e nada mais. Não raramente, contudo, essa opção de vida traz inúmeras distorções de valores éticos e traumas psíquicos graves.
Um preço alto demais para quem se embrenha em seu devaneio concupiscente.
Para o hedonista o importante é “ser feliz” e tudo vale e vale tudo para sê-lo. O corpo de outrem passa a ser um brinquedo de satisfação e exploração pessoal, não importando a coisificação do ser. Resorts, clubes e bacanais sói crescem em razão de pessoas cada vez mais adeptas ao estilo de vida hedonista.
Mas, essa conduta individualista crescente e disseminada no mundo traz consigo um comprometimento sério do tecido social. Enfocam-se, aqui, alguns reflexos da conduta hedonista: o prazer pelo prazer em vez de humanizar relacionamentos, animaliza-os. Aliás, nunca se viu na história a atribuição de personalidade humana aos animais de estimação. Patético ver famosa "socialite" brasileira presentear com jóias, roupas de grife, dar festas de aniversário com direito a bolo de ração animal e velinhas aos seus cães de estimação. As comemorações natalinas sob o som de “jingle bells” estilo “ au, au, au au au au auauauau...” revelam em grau, número e gênero a perda do controle do velho e bom senso humano que o distingue dos seres irracionais.
Recentemente em uma cidadezinha do interior dos EUA, o corpo de bombeiros foi chamado para apagar um incêndio em um "trailer" de um casal que segurava afetuosamente e aliviado o seu cãozinho retirado às pressas das chamas, enquanto esqueciam o filho de quatro anos no seu quarto, lembrado depois de cinco minutos pelos pais ao serem indagados pelo bombeiro se havia mais alguém dentro daquele recinto que se consumia.
A resposta do hedonista vem na ponta da língua: “Se pago as minhas contas ninguém tem nada que ver com o que faço da minha vida”. Pois é. Tal filosofia faria algum sentido, vá lá, se o hedonista vivesse como a um ermitão em local isolado e remoto, longe da civilização. Porque enquanto viver em coletividade e o seu comportamento influenciar destrutivamente a outrem, pagar as suas contas é um somenos irrelevante e não o autoriza a fazer simplesmente o que bem entender! O consumo de drogas lícitas ou ilícitas segue por este mesmo iter. Adeus Michael Jackson.
A plastificação de valores de conteúdo tais como o amor, a compaixão, o altruísmo, a responsabilidade, a renúncia, a disciplina, a lealdade, é a segunda vertente do hedonismo que cobra, às últimas consequências, corpos “sarados” pela via das academias de musculação lotadas ou pela carne retaliada nas mesas de cirurgias estéticas. Famílias inteiras são relegadas a um plano inferior e de pouca importância frente à denominada realização pessoal. Na busca do prazer pelo prazer vale trapacear, dissimular enquanto filhos confusos se perdem ao virem os seus pais, pai ou mãe - jogarem fora uma vida de história conjunta por causa da realização de um prazer plastificado. “O que importa é ser feliz”, diz o hedonista.
Mas, “felicidade” a que preço? O vovô ou a vovó que busca um relacionamento com vinte e cinco, trinta, quarenta anos de diferença não se importa com a efemeridade natural desse tipo de relacionamento que certamente fracassará! Mesmo porque, a ficção mental que seduz o hedonista o cega para tudo o que é duradouro e no laboratório em que se transforma o seu corpo e o de outro não há limites para a diversificação de fórmulas e experimentos tresloucados. Por fim, a relativização de tudo e de todos é a premissa fundamental do hedonismo: “Certo ou errado, mas o que é isso?”.
A pedofilia avassala o mundo e já existe quem a defenda academicamente, até, como mais uma forma de realização pessoal, do prazer pelo prazer. E daí? E daí se o “parceiro” ou o “laboratório de experimentos orgasmagóricos” trata-se de uma criança que, aliás, pouca ou nenhuma noção tem de relação sexual! E daí? “O que vale mesmo é ser feliz” defende-se por reflexo o hedonista. Uma dança prazerosa de engano, engodo e destruição. Dançarinos de gélidos prazeres. É isso o que o hedonismo é. Parafraseando, assim como indagou a banda "The Killers" na música "human": “Somos humanos ou somos dançarinos? Meu sinal é vital, minhas mãos estão geladas. E estou de joelhos procurando a resposta. Somos humanos ou somos dançarinos?”
Compreende-se, agora, a oposição ferrenha de Cristo ao hedonismo nas seguintes palavras: “Quem achar a sua vida a perderá e quem a perder a encontrará”.
Eli–Ezer Emess

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